1 minuto no café 10.02.2023

1 minuto no cafe 10.02.2023

Continuam as preocupações com o abastecimento mundial de café. A OIC – Organização Internacional do Café informou que as exportações globais de outubro a dezembro de 2022 caíram 2,8 % e agora, a partir de janeiro, o Brasil, maior produtor e exportador de café do mundo, entrou em seu período de entressafra.

O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil divulgou, na última quarta-feira, que no mês de janeiro o Brasil exportou 2.842.576 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 17 % (575.297 sacas) menos que no mesmo mês de 2022 e 12 % (394.300 sacas) menos que no último mês de dezembro.

Chama a atenção que, em relação a dezembro último, a queda nos embarques de arábica em janeiro foi maior que a queda total. Caiu 14 % ou 400.766 sacas de arábica. Em relação a janeiro de 2022 a queda nas exportações de arábica foi de 19 % ou 561.177 sacas. Em relação a janeiro de 2021 a queda em nossos embarques de arábica foi ainda maior: 22,5 % ou 706.142 sacas.

A Colômbia, segunda maior produtora de arábica do mundo, há três anos sente os impactos do excesso de chuva em seus cafezais, o que segundo a FNC – Federação Nacional de Cafeteiros da Colômbia, justifica a baixa produtividade no último ano. O relatório mais recente indica que as condições do tempo começaram a melhorar, mas que impactaram a produção durante o período de floração e formação dos frutos. Nos últimos 12 meses (fevereiro de 2022 a janeiro de 2023), a produção ficou perto de 11,1 milhões sacas, 10% a menos em relação às quase 12,4 milhões de sacas no ciclo anterior. No ano cafeeiro, entre outubro de 2022 e janeiro de 2023, a produção no país vizinho foi de 3,8 milhões de sacas. O volume representa 14% a menos do que relação ao período anterior, quando foi de quase 4,4 milhões de sacas.

De acordo com projeção divulgada pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística na última quarta-feira, a produção brasileira de café para a safra 2023 foi estimada em 55,3 milhões de sacas de 60 quilogramas, aumento de 5,7% em relação a 2022.

Em nossa opinião, é preciso unificar o trabalho de estimativa da safra brasileira de café. É um contrassenso – ruim para o mercado e para a imagem de nosso agronegócio – termos duas estimativas oficiais de produção. Uma do IBGE e outra da CONAB.

A Colômbia já é o sexto maior comprador dos cafés do Brasil, e esse volume vem crescendo mês após mês.

Atualmente, os cafés arábica de boa qualidade a finos, brasileiros e de todos os demais países produtores das Américas, estão sendo vendidos no mercado internacional com bons ágios frente às cotações na ICE em Nova Iorque.

Os estoques de café certificado na ICE americana caíram hoje 6.068 sacas. Fecham a semana em 874.654 sacas. Há um ano eram de 1.035.410 sacas (é importante lembrar que esses estoques já eram considerados bastante baixos nessa época), caindo neste período 160.756 sacas.

Os contratos de café na ICE Future US em Nova Iorque oscilaram bastante esta semana. Hoje trabalharam em alta, em um dia de queda forte do dólar frente ao real. Os contratos para março próximo bateram em US$ 1,7720 na máxima do dia, e terminaram o pregão em alta de 110 pontos a US$ 1,7475 por libra peso. Ontem, em um dia de alta forte do dólar frente ao real, recuaram 195 pontos, fechando a US$ 1,7365 por libra peso. No balanço desta semana esses contratos subiram 195 pontos, encerrando a quarta semana seguida em alta. Somam ganhos de 2 305 pontos nessas quatro semanas. Esses contratos encerraram 2022 valendo US$ 1,6730 por libra peso.

O dólar fechou hoje em queda de 1,08 % a R$ 5,2220. Ontem subiu 1,58 %, fechando a R$ 5,2790. Na sexta-feira passada apresentou ganhos de 2,04 %, encerrando a semana a R$ 5,1480. Encerrou 2022 valendo R$ 5,2800.

Em reais por saca, os contratos para março próximo na ICE fecharam hoje valendo R$ 1 207,11. Ontem terminaram o pregão a R$ 1 212,61. Na sexta-feira passada fecharam a semana a R$ 1 176,73. Na sexta-feira anterior encerraram a semana valendo R$ 1 148,89. Encerraram o último pregão de 2022 valendo R$ 1 168,49.

No mercado físico brasileiro, os compradores subiram e desceram o valor de suas ofertas ao longo dos dias, acompanhando o sobe e desce do dólar e das cotações na ICE em Nova Iorque. O mercado físico brasileiro de café arábica permaneceu calmo. O volume de negócios cresceu um pouco, mas permanece baixa a quantidade de lotes oferecidos para venda. O mercado é comprador, mas os cafeicultores vendem pouco café nas bases de preços oferecidas.

O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil informou que no último mês de janeiro foram embarcadas 2.842.576 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 17 % (575.297 sacas) menos que no mesmo mês de 2021 e 12 % (394.300 sacas) menos que no último mês de dezembro. Foram 2.432.486 sacas de café arábica e 87.584 sacas de café conilon, totalizando 2.520.070 sacas de café verde, que somadas a 320.287 sacas de solúvel e 2.219 sacas de torrado, totalizaram 2.842.576 sacas exportadas em janeiro último.

Até dia 10, os embarques de fevereiro estavam em 287.563 sacas de café arábica, 1.333 sacas de café conilon, mais 25.204 sacas de café solúvel, totalizando. 314.100 sacas embarcadas, contra 367.381 sacas no mesmo dia de janeiro. Até o mesmo dia 10 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em fevereiro totalizavam 602.549 sacas, contra 719.907 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 3, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 10, subiu nos contratos para entrega em março próximo 195 pontos ou US$ 2,58 (R$ 13,47) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 3 a R$ 1176,73 por saca, e hoje sexta-feira dia 10 a R$ 1207,11. Hoje, nos contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou em alta de 110 pontos.

Fonte: Escritório Carvalhaes