Em uma semana de muita oscilação nas cotações dos contratos de café na ICE Futures US em Nova Iorque, hoje, sexta-feira, esses contratos trabalharam e fecharam em alta. Os para maio próximo, bateram em US$ 1,7920 na máxima do dia, e encerraram o dia com ganhos de 275 pontos a US$ 1,7780 por libra peso. Ontem, terminaram o pregão em queda de 230 pontos. Anteontem recuaram 520 pontos. Na terça-feira, terminaram o dia com ganhos de 225 pontos, e na segunda-feira subiram 245 pontos. Depois de todo o sobe e desce, no balanço da semana, os contratos para maio caíram 5 pontos. Fecharam na sexta-feira passada a US$ 1,7785 por libra peso. No balanço da semana passada somaram queda de 985 pontos. Nas seis semanas anteriores apresentaram balanço positivo. Os com vencimento em maio próximo acumularam 3 515 pontos de alta nesse período.
Interesses de curto prazo de especuladores e fundos de investimentos explicam as fortes e rápidas oscilações nas cotações do café em Nova Iorque.
Ontem, O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil divulgou que no último mês de fevereiro foram embarcadas 2.395.984 sacas de 60 kg de café. Aproximadamente 33 % – 1.194.581 sacas – menos que no mesmo mês de 2022 e 15 % – 434.024 sacas – menos que no último mês de janeiro. Foram 2.027.611 sacas de café arábica e 83.361 sacas de café conilon, totalizando 2.110.972 sacas de café verde, que somadas a 282.870 sacas de solúvel e 2.142 sacas de torrado, totalizaram 2.395.984 sacas exportadas em fevereiro último.
Em relação a janeiro último, a queda nos embarques de arábica foi de 17 % ou 406.255 sacas. Em relação a fevereiro de 2022, a queda nas exportações de arábica foi de 35,5 % ou 1.118.141 sacas. Em relação a fevereiro de 2021, a queda em nossos embarques de arábica foi ainda maior: 39,6 % ou 1.329.871 sacas.
A Colômbia, segundo maior produtor de arábica do mundo, aumentou em 7,8 % suas importações de café brasileiro, nestes dois primeiros meses de 2023. Em 2022, a Colômbia já havia aumentado fortemente a importação de cafés do Brasil. Segundo dados divulgados na terça-feira pela FNC – Federação Nacional dos Cafeicultores, nos dois primeiros meses de 2023, a produção colombiana avançou 5%, para aproximadamente 1,9 milhões de sacas, contra 1,8 milhões registradas no mesmo período no ano passado. Já no acumulado dos últimos 12 meses, março de 2022 a fevereiro de 2023, a produção teve queda de 8%, para 11,2 milhões de sacas. Até agora, neste ano cafeeiro (outubro de 2022 a fevereiro de 2023), a produção ultrapassou 4,8 milhões de sacas, 9% a menos em relação aos 5,3 milhões de sacas no ciclo anterior. A oferta da Colômbia no mercado mundial foi mais baixa no mês passado. O relatório mostrou que o país embarcou 6% a menos de café, com 928 mil sacas de 60 kg. No mesmo mês em 2022, o volume foi de 983 mil sacas. No acumulado do ano, as exportações estão em 1,8 milhões de sacas, queda de 13% em relação ao período anterior. Nos últimos 12 meses, as exportações caíram 8%, para quase 11,2 milhões de sacas, contra os 12,1 milhões exportados um ano antes. No ano-cafeeiro, o país vizinho exportou 4,6 milhões de sacas, 13% a menos em relação aos 5,3 milhões de sacas registradas no ciclo anterior (fonte: site Notícias Agrícolas).
As atenções dos operadores do mercado estão voltadas para as diversas estimativas privadas – que pipocam quase que diariamente no mercado – para as safras brasileiras de café deste ano e de 2024. Nenhuma dessas estimativas é acompanhada pela metodologia de cálculo utilizada para chegar ao resultado apresentado. Em um país como o Brasil, de dimensões continentais, com sua produção de café, arábica e conilon, espalhada por diversos estados, com clima, solo, latitudes, altitudes, métodos de plantio e tratos culturais diferentes, os serviços necessários para fazer uma estimativa de safra confiável, são caros, demorados e complexos.
Ontem circulou na internet um quadro com onze estimativas diferentes da safra brasileira de café 2023… Os estoques de cafés certificados na ICE subiram hoje 8.126 sacas. Estão em 779.432 sacas. Há um ano eram de 1.021.976 sacas (é importante lembrar que esses estoques já eram considerados baixos e muito preocupantes nessa época), caindo neste período 242.524 sacas.
O dólar oscilou bastante frente ao real no decorrer da semana. Hoje subiu forte, fechou a R$ 5,2080 em alta de 1,30 %. Na sexta-feira passada fechou em pequena baixa de 0,08 % a R$ 5,2000. Terminou a sexta-feira anterior em alta de 1,23 % a R$ 5,1980. Encerrou 2022 valendo R$ 5,2800.
Em reais por saca, os contratos para maio próximo na ICE em Nova Iorque fecharam hoje valendo R$ 1 224,89. Ontem terminaram o dia a R$ 1 190,43. Na sexta-feira passada encerraram a semana a R$ 1 223,35. Na sexta-feira anterior fecharam a R$ 1 290,61.
Encerraram o último pregão de 2022 valendo R$ 1 166,04.
No mercado físico brasileiro, com Nova Iorque e dólar em alta hoje, os compradores aumentaram o valor de suas ofertas. O mercado físico permaneceu travado no decorrer de toda a semana. O mercado é comprador, mas os cafeicultores vendem pouco café nas bases de preços oferecidas.
Até dia 9, os embarques de março estavam em 213.868 sacas de café arábica, 11.717 sacas de café conilon, mais 20.918 sacas de café solúvel, totalizando. 246.503 sacas embarcadas, contra 314.100 sacas no mesmo dia de fevereiro. Até o mesmo dia 9 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em março totalizavam 704.722 sacas, contra 602.549 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 3, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 10, caiu nos contratos para entrega em maio próximo 5 pontos ou US$ 0,06 (R$ 0,34) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 3 a R$ 1223,35 por saca, e hoje sexta-feira dia 10 a R$ 1224,89. Hoje, nos contratos para entrega em maio a bolsa de Nova Iorque fechou em alta de 275 pontos.